Onde houver possibilidade de vida, posso germinar, brotar e até enraizar.
Quem sabe eu não possa ser a força de uma árvore. Nem gozar de uma abundância frutífera.
Posso ser a fluidez de um bamboo.
Que faz do ar, música.
Da água, um lugar.
Da raiz exposta, uma verdade.
Da vida, uma sorte.
Já vivi no deserto. Lá onde o mar morreu. Onde for seco e hostil, mata-se lentamente minha raiz, o cordão umbilical com a vida. Lá não posso ficar. E não importa o tamanho do que preciso renunciar. É a minha única dureza, minha fratura exposta, Não negocio com areia ou corações áridos.
Eduarda Renaux
#PalavrAcolhida #raizexposta
13/09/2019