C863C3D1-997E-4D05-8D6C-29B9EA7076EDEstava numa conversa sobre escolhas e a pessoa bem humorada soltou: “estou esperando a decisão cair do céu”. Na hora já não pude mais acompanhar a conversa, meus pensamentos foram para longe, olhei pela janela e vi a chuva que caía. Não sei se uma decisão, mas era água que caia do céu naquele momento. O céu finalmente virou o regador da vida. Se escolhas caem do céu, naquele momento entendi que, apenas se eu regar, a vida pode vingar. Que onde está árido, seco ou frágil, é onde eu preciso investir. E todos os dias decidimos onde colocamos nossa energia, onde sustentamos nosso desejo, onde queremos que a semente que plantamos germine. Nutrir não é fácil, às vezes quem está na seca somos nós mesmos. Se nutrimos sem sermos regados, quem seca somos nós. E aí perdemos a possibilidade de nutrir. Mas tem outro ponto, tão importante quanto! Escolher é perder o que não escolheu, para ganhar o que escolheu. E quem não quer perder nada não decide nada, não perde nada mas também não ganha nada. Vida empatada é vida empacada. A decisão vem, quando abrimos mão do ideal. Quando a idealização cai, uma decisão cai junto. Ali no nosso colo. Já diria o ditado, melhor um na mão do que dois voando. Então é verdade, as decisões caem do céu, esse céu que a gente fica cultuando, essa altura da nossa fantasia. E quando esse ideal cai a gente finalmente alça voo. E tudo isso eu pensei olhando pela janela da cozinha enquanto decidia o que fazer da vida. Cair, para voar! 

Eduarda Renaux

20.09.2019

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