“Se distrai com qualquer borboleta que passar”, sou dessas. Essa bailarina com asas quando se apresenta tem platéia garantida. E sei que não estou sozinha, bem por isso esta associada à distrações e devaneios.

Seja pela suavidade, pela calma, cores, câmera lenta, elegância, elas não passam despercebias nem mesmo junto as multidões. Mesmo tão frágeis remetem à força. Mesmo suaves nos lembram da potência de uma mudança. Mesmo com asas parecem não ter pressa.

Como admiro as pessoas que parecem borboletas. Elas não precisam se manter em nossas vidas. Só de passarem por nossos caminhos nos dispersamos com elas. Nos entregamos ao presente. Não é necessário nem interagir. E do jeito que chegam, borboleteiam e vão embora. Não questionamos sua chegada e nem ressentimos sua partida….

É interessante como nos sentimos importantes quando tocam em nós. Como se fossemos especiais, escolhidos pela borboleta. Não deixamos ao acaso. Nos sentimos, nem que seja num breve intervalo, amados. Não brigamos quando voam novamente, mas ficamos maravilhados por terem repousado em nós. Aceitamos de forma inspiradora sua liberdade.

Seria um bocado interessante se assim fosse com as pessoas. Respeitando seu compasso, contemplando suas cores, se acalmando com seu ritmo, vibrando com sua aproximação e se inspirando em sua liberdade.

Por mais pessoas-borboletas e menos rinocerontes em cristaleiras. Isso não é uma crítica aos rinocerontes e sim as cristaleiras!

Eduarda Renaux

  

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